quarta-feira, 14 de novembro de 2007

AIDS

A AIDS é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo vírus da imunodeficiência humana, mais conhecido como HIV.
A AIDS não é causada espontaneamente, mas por um fator externo, a infecção pelo HIV.
O HIV destrói os linfócitos, células responsáveis pela defesa do nosso organismo, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, chamadas assim por surgirem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido.
Há alguns anos, receber o diagnóstico de AIDS era quase uma sentença de morte. Uma pessoa infectada pelo HIV pode viver com o vírus, por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma ou sinal. Isso tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que propiciam o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes. Deve-se, também, à experiência obtida ao longo dos anos por profissionais de saúde. Todos esses fatores possibilitam aos portadores do vírus ter uma sobrevida cada vez maior e de melhor qualidade.
A AIDS não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas iniciais são geralmente semelhantes e, além disso, comuns a várias outras doenças. Febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou línguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer, são os principais sintomas. Com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas, tais como, tuberculose, pneumonia, alguns tipos de câncer, candidíase e infecções do sistema nervoso.
Os primeiros sintomas da AIDS começam a aparecer entre oito e dez anos após a infecção pelo HIV, como conseqüência à diminuição do número de linfócitos, que são as células de defesa do organismo. Esse tempo, porém, varia de pessoa para pessoa. Há casos em que a AIDS demora mais tempo para se manifestar, podendo a presença do HIV passar despercebida por vários anos. Há registro de casos em que se passaram 15 anos até a manifestação dos primeiros sintomas da doença, tempo este denominado período de incubação. Nessa fase, o acompanhamento médico é muito importante. A queda da contagem de linfócitos é de 30 a 90 células por ano e está diretamente relacionada à velocidade da reprodução viral e à progressão para a AIDS.
Existem algumas hipóteses de como surgiu o HIV, mas até hoje nenhuma delas foi comprovada.
Existe um vírus semelhante em uma espécie de macacos, denominado SIV - Vírus da Imunodeficiência Símia (Simian Immune Deficiency Virus). A contaminação para os seres humanos pode ter ocorrido através de brincadeiras, como mordidas; devido a criação destes animais em cativeiro ou pelo hábito de consumir a carne destes animais praticamente crua;
A ação indiscriminada do homem, sobre o planeta em que vivemos, facilita a propagação de agentes etiológicos que estão em equilíbrio ecológico na região a que pertencem;
O HIV teria sido criado em laboratório. Esta hipótese já não é tão considerada porque muitos institutos de pesquisa armazenam, durante anos, amostras de derivados de sangue para fins de pesquisa. Foi encontrada a presença do HIV em amostras da década de 50. Nesta época não havia tecnologia, a engenharia genética não era tão evoluída para poder produzir um agente etiológico.
No caso da AIDS, os primeiros casos foram descritos em 1981 no Estados Unidos, pelo CDC (Center for Desease Control), um Centro de Controle de Doenças que tem a função de receber notificações, pesquisar, investigar e identificar as diferentes doenças e seus agentes causadores. Uma nova doença estava sendo descrita, que causava uma diminuição drástica da imunidade dos indivíduos, afetando de maneira importante seu sistema imunológico, isto é, as células do sistema de defesa do organismo. Esta nova doença foi denominada AIDS ou SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), não se sabia então qual era a sua causa. Deu-se então uma grande corrida científica. Nunca nenhuma outra doença gerou tantas descobertas em tão pouco tempo.
Dois grandes grupos de cientistas estavam diretamente envolvidos. Robert Gallo do National Institute of Health e Luc Montagnier do Instituto Pasteur. Achavam que o causador da AIDS seria um tipo de vírus que provocava o câncer entre os seres humanos. Em 1983, Luc Montagnier descreveu um vírus que seria o provável agente causador da AIDS e deu-lhe o nome de LAV
(Lymphadenopathy Associated vírus). Em 1984, Robert Gallo descreveu o mesmo vírus e relacionou-o à AIDS, chamando-o de HTLV-III (Humam T Leukemia Vírus-III). Em 1985, ele foi denominado pelo comitê pelo comitê Internacional de Taxonomia de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).

AIDS no Brasil
No Brasil, já foram identificados cerca de 433.067 mil casos de AIDS. Este número refere-se a identificação do primeiro caso de AIDS, em 1980, até julho de 2006. A taxa de incidência foi crescente até metade da década de 90, alcançando, em 1998, cerca de 17 casos de AIDS por 100 mil habitantes.
Do total de casos de AIDS, cerca de 80% concentram-se nas Regiões Sudeste e Sul. O Sudeste é a região mais atingida desde o início da epidemia e, apesar da alta taxa de incidência, mantém-se num processo de estabilização. Na região Sul observa-se aumento das taxas de incidência de casos até 2003, porém com uma provável desaceleração de crescimento nos anos mais recentes.
Em 2004, pesquisa de abrangência nacional estimou que no Brasil cerca de 593 mil pessoas, entre 15 a 49 anos de idade, vivem com HIV e AIDS (0,61%). Deste número, cerca de 208 mil são mulheres (0,42%) e 385 mil são homens (0,80%).
A mesma pesquisa mostra que quase 91% da população brasileira de 15 a 54 anos citou a relação sexual como forma de transmissão do HIV e 94% citou o uso de preservativo como forma de prevenção da infecção. O conhecimento é maior entre as pessoas de 25 a 39 anos, entre os mais escolarizados e entre as pessoas residentes nas regiões Sul e Sudeste.
Os indicadores relacionados ao uso de preservativos mostram que aproximadamente 38% da população sexualmente ativa usou preservativo na última relação sexual, independentemente da parceria. Este número chega a 57% quando se consideram apenas os jovens de 15 a 24 anos. O uso de preservativos na última relação sexual com parceiro eventual foi de 67%. A proporção comparável em 1998 foi de 63,7%.
O país acumulou cerca de 172 mil óbitos por aids até dezembro de 2004. Até 1995, a curva de mortalidade acompanhava a de incidência de AIDS, quando atingiu a taxa de 9,7 óbitos por 100 mil habitantes. Após a introdução da política de acesso universal ao tratamento anti-retroviral, observou-se queda na mortalidade. A partir de 2000, evidencia-se estabilização em cerca de 6,3 óbitos por 100 mil, embora essa tendência seja bem mais evidente na Região Sudeste e entre os homens. Além disso, entre 1993 e 2003, observou-se um aumento de cerca de cinco anos na idade mediana dos óbitos por AIDS, em ambos os sexos, refletindo um aumento na sobrevida dos pacientes.
Em 2005 a epidemia ficou estabilizada girando em torno de 600 mil portadores, ao contrário de países da África, em que ela é generalizada.
De acordo com o cardiologista Walter Lins, apesar dos bons resultados obtidos pelo Brasil, ainda há desafios importantes a serem enfrentados, como a discriminação social que os profissionais do sexo sofrem, apesar de já terem sido reconhecidos oficialmente na Classificação Brasileira de Ocupações, do ministério do Trabalho.
Em 2005, foram registrados 33.142 casos, com taxa de incidência de 18,0 - a menor desde 2002. A taxa de incidência é o número de casos registrados em cada grupo de 100 mil pessoas. Em 2006, nos sete primeiros meses, foram notificados 13.214 casos. Hoje, estima-se que aproximadamente 600 mil pessoas vivem com HIV e AIDS no Brasil. Número que permanece estável desde 2000.
Nas pessoas com 50 anos ou mais, observa-se tendência de crescimento da epidemia. Entre 1996 e 2005, na faixa etária de 50-59 anos, a taxa de incidência entre os homens passou de 18,2 para 29,8; entre as mulheres, cresceu de 6,0 para 17,3. No mesmo período, há aumento da taxa de incidência entre indivíduos com mais de 60 anos. Nos homens, o índice passou de 5,9 para 8,8. Nas mulheres, cresceu de 1,7 para 4,6.
Na população masculina, há discreta queda na taxa de incidência para cada 100 mil, que era de 22,5 em 1996 e foi para 21,9 em 2005. Nos adolescentes (13 a 19 anos) e adultos jovens (20 a 24 anos), as reduções foram maiores, no mesmo período. Nos adolescentes, a taxa caiu de 2,0 para 1,4. Nos adultos jovens, passou de 19,2 para 13,3.
Segundo o levantamento, nas mulheres a taxa de incidência saltou de 9,3 em 1996 para 14,2 em 2005. Há quedas discretas no número de casos em crianças menores de 5 anos, nas adolescentes e nas adultas de 20 a 29 anos. Nas mulheres com mais de 30 anos, há aumentos em todas as faixas etárias, confirmando o crescimento do número de casos de aids na população feminina, observado a partir da década de 1990.
A razão dos casos de AIDS entre os sexos vem mostrando sinais de estabilização nos últimos anos. Em 1985, no início da epidemia, havia 26,5 casos da doença em homens para um em mulher. Ao longo dos anos, a proporção caiu constantemente. Em 2005, a razão foi de 1,5 caso em homem para um em mulher, número estável desde 2003.
De acordo com o relatório, apesar de os números de mortes de 2005 serem preliminares, pode-se afirmar que há queda significativa na taxa de mortalidade (número de óbitos por 100 mil habitantes), que passou de 9,6 em 1996 para 6,0 em 2005. De 1980 até o ano passado, o número acumulado de mortes em decorrência da AIDS é de 183.074. Em 2005, houve 11.026 mortes, confirmando a média anual de óbitos, observada desde 2000. Em 1996, foram 15.017 mortes. Quando se analisam os dados por regiões, observam-se as seguintes taxas:
Nos homens, observa-se diminuição nos casos entre homossexuais e aumento entre os bissexuais e heterossexuais. Nesse último grupo, em 1996, o percentual em relação ao número total de casos foi de 22,5%. Em 2005, passou 44,2%. Nas mulheres, a epidemia segue com a característica de ser quase que totalmente de transmissão heterossexual, responsável por 94,5% dos casos registrados em 2006.

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